Sou Antonio Carlos dos Santos, professor aposentado do Município de Juazeiro, beneficiário do IPJ e cidadão juazeirense. Os meus cabelos brancos demonstram as minhas muitas décadas de vida e os muitos anos de militância sindical e política em Juazeiro. Já vi muito e tenho larga experiência, mas isso não me impede de ser surpreendido a cada dia com a irresponsabilidade da gestão municipal com a previdência municipal.
Estive à frente do IPJ em duas oportunidades e acompanhei a sua consolidação. Fiz uma transição pacífica ao fim o Governo Paulo Bomfim e disponibilizei todas as informações que nos foram solicitadas. Além disso, enquanto estive à frente da previdência municipal, sempre forneci as informações solicitadas pelos órgãos colegiados que auxiliam na administração do Instituto, também fomentei a participação de integrantes dos Conselhos em cursos e seminários nacionais dedicados à disseminação de conhecimentos e à formação de uma cultura previdenciária.
Esperava que este legado tivesse continuidade na gestão atual, mas a decepção com o que está acontecendo é proporcional às expectativas criadas pois desde que chegou ao poder a Prefeita Suzana Ramos decidiu sucatear o IPJ e cobrir tudo que se refere ao Instituto com o véu da desinformação, sempre com o objetivo de encobrir o descaso e os prejuízos que vem sendo causado ao Instituto.
Desde 2021 a Prefeita Suzana Ramos decidiu excluir a APLB Sindicato dos Conselhos Deliberativo e Fiscal do IPJ, nos quais, por expressa disposição legal, a APLB tem assento por ser o sindicato representativo da maior categoria entre os servidores municipais.
Depois de várias tentativas de diálogo, foi necessário impetrar um Mandado de Segurança (8001794-83.2022.8.05.0146) para obrigar a Prefeita Suzana Ramos a incluir representantes da APLB nos Conselhos do IPJ. Como não poderia ser diferente, a justiça determinou a nomeação de servidores indicados pela APLB aos conselhos do IPJ, apesar disso, passados 8 meses desde o trânsito em julgado, até hoje a decisão judicial não foi cumprida.
Sabemos o motivo da demora, sabemos porque a gestão teme a presença de pessoas experientes e combativas nos conselhos, pois sabe que os constantes atrasos de contribuições patronais e suplementares não passariam despercebidas. A prefeita sabe que não poderia mais se apropriar das contribuições descontadas dos servidores e repassá-las meses depois apenas para renovar o CRP, também sabe que não aceitaríamos o atraso no recolhimento até mesmo da dezena de parcelamentos celebrada em sua gestão.
A escolha de gestores do IPJ desde 2021 tem sempre recaído em pessoas sem nenhuma experiência na área e sem nenhum compromisso com o Instituto e isso não foi por acaso, pois só assim a Prefeita Suzana poderia acumular uma dívida que deve estar se aproximando de R$ 60 milhões sem questionamentos.
Mas precisamos confessar que fomos surpreendidos pelo último artifício do Governo do Caos para evitar um acompanhamento das contas do IPJ!
No dia 18 de março foi juntado ao processo nº. 8001794-83.2022.8.05.0146 cópias dos Decretos nº. 078/2024 e 079/2024. Estes seriam os Decretos de nomeação dos servidores indicados pela APLB para compor os conselhos do IPJ.
No entanto, na mesma data, a Prefeita Suzana determinou a publicação em Diário Oficial dos Decretos nº. 78/2024 e 79/2024, através dos quais foram exonerados servidores municipais.
Ao agir desta forma a Prefeita repetiu a sua conduta desrespeitosa, irresponsável e sem qualquer compromisso com o IPJ e os seus filiados, mas deu um novo passo e demonstrou que não respeita o Poder Judiciário e acredita que nem mesmo a Justiça poderá impedi-la de sucatear o IPJ e se apropriar do dinheiro que pertence aos servidores municipais.